sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Zen do Dia



A um Poeta

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

Olavo Bilac

3 comentários:

Anónimo disse...

Ao Olavo

Perto dos holofotes Tu que não cantas,
sussuras, pigarreias! rouco
deixas o pobre Beneditino como louco
com o teu simulacro e tristes andanças

Mas que na forma se disfarce o talento,
sem nunca estar que já partiu
que à imagem vista mágoas carpiu
apenas para aparecer e sem sinal de tento

Com todas as tuas linhas de pedestre
o Beneditino já se atirou do claustro
abaixo, pela má fama que lhe deste

O Beneditino bem poderia ficar no claustro,
fiel não te somos e nunca agradarás,
queremos é ver-te em cima de um mastro.

Cobarde Anónimo

sininho disse...

oh cobarde... este Olavo é o poeta, não o cantor

Anónimo disse...

E ainda por cima nem imaginação tem
para se confundir com mais ninguém
este Olavo é mesmo profundo
para me cair nesse erro rotundo

O outro Olavo
faz-se de parvo ( olha, rima! )
para merecer post no blog
faz bem melhor o Beneditino com a prima,
faz que faz mas não estorve