quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Yann Tiersen



Este sim, sabe tocar o seu instrumento

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Death in Vegas - Hands around my Throat

Yeh!




Encontrei no outro dia a miserável mesquinhez numa esquina de vidas. Olhou para mim e fiz de conta que não a reconhecia. Não a queria reconhecer. Ver é reconhecer que existem. E bem próximas, mesmo aqui.

Mas desta vez retribuí o olhar.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Agosto

Dia de parvalheira. Lisboa está deserta. Deitei-me no jardim, a apanhar sol nas bochechas. Não fosse o vento estava perfeito. Os meus cães deliciaram-se a apavorar criancinhas enquanto eu lia o meu livro.
Amanhã, recomeço. Mas sem trânsito e metro à pinha.

Lisboa em agosto parece férias. Na primavera.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Cheiro


Lembro-me. Quando tu me vinhas buscar ao fim de semana, andavamos de teatro em teatro. Fazia as sestas nos bancos da plateia, no camarim punha perucas, pintava-me, melhor, borrava-me, vestia todos os adereços, sabia textos de cor, dava opiniões altamente elucidadas e lúcidas (segundo o que me dizias) quando não gostava.
Fazia barulho nos ensaios porque descobri, nos fundos do teatro aberto (na altura gravavam lá à tarde de sábado o club amigos disney!), o carrinho do tio patinhas com pedais, volante e tudo. O paraíso! Tu pedias para ir pedalar para a entrada, ou ir brincar com a senhora que fazia os fatos que te via em palco.
Lembro-me do Marlowe. Do que me ria quando um personagem caia para dentro de um alçapão.Dos gritos do encenador (hoje famoso por isso mesmo ) na casa da comédia. De vestir-me e borrar-me com todas aquelas cores da maquilhagem no camarim. Da Eva péron e de não me teres deixado ver a peça, nem os ensaios! Do Volpone e tu a fazeres de "lady galinha", cheia de penas pirosas e unhas postiças! De chorar por mais! Da Caterine, no "Bruscamente no verão passado" Fui ver-te às escondidas com a minha avó, he he

Mas recordo em especial a casa, ou melhor, o quarto que tinhas num altíssimo 5º andar sem elevador, na rua das janelas verdes, coladinha ao museu de arte antiga. Prédio antigo. Eu com uns 6/7 anos. Esse quarto, cheio de quinquelharias, "velharias" que hoje chamam "vintage" , marroquinaria, chariots, adereços recordação, acessorios mil, e uma manequim sem cabeça cheia de lenços, perucas, brincos, cintos, chapeús, e claro...sapatos, muitos e de muitas formas e cores. A cama, baixa provavelmente por ser um colchão no chão (hoje, a cama japonesa), cheia de almofadas. Um gira discos. Discos e livros espalhados. Muito papel. Desenhos. Muitas brincadeiras. Muitas coreografias. Calor. Muitos risos.

De um namorado ( como é que ele se chamava) ter ficado em sangue por tentar apanhar um gato preto que eu insisti que queria, só para ver se me fazia as vontaditas.

A caixinha com a bailarina que dança quando lhe davas corda. Tinha fotografias e cartas. Andavas com ela para todo o lado. Tinhamos um ritual com essa caixa, lembras-te? A cada fotografia que tirava, contavas-me uma histório, a cada brinco uma memória. E a bailarina a dançar, dançar

Da tua baba, na primeira fila, a ver os meus saraus da escola de balett .
Dos chocolates comidos entre lençois.
Tornaste-te "verde", meteste na cabeça que iamos ser macrobióticas. Bolos sem ovos mãe?!

A praia das maçãs, a luisa, o goya e o chibico. a Ana. A onda que nos levou as sandálias e mochila.
As gagalhadas que demos na relva naquele fim de tarde, já tu doente.

O cheiro a Hallibut, a nivea, Champô HEra de maçã (que é feito dele?).O cheirinho da mata de Sintra a cruzar com a maresia da praia das mãças.

Tantos os odores (e) memórias te trazem em silêncio às saudades que sinto. Aquecem o momento em que me lembro de ti. Da falta que me fazes. Da falta que me fizeste.

Qualquer dia estou com a idade em que morreste. Te eternizaste.

Aqui serás sempre a minha diva, minha mãe. E Heroína.
Ironias

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Ajudinha

Alguém me ensina e colocar imagens neste bloguer?